Flores no cabelo, saias longas, e monocelha.
Frida Kahlo foi uma artista mexicana, reconhecida mundialmente por seu trabalho que sempre expressam muito sentimento e falam por si só.
Nasceu no México em 1907, seu pai era europeu e a sua mãe mexicana. Guilermo Kahlo, seu pai, era fotógrafo e graças a isso existem fotografias da artista na infância e juventude.
Com 6 anos de idade ela adquiriu poliomielite, o que fez sua perna direita atrofiar, era incentivada a fazer esportes, mas não tinha muito gosto pela coisa e sua perna continuou fina, para esconder Frida usava saias longas e calças, sempre.
Em 1922, Frida entra para a Escola Nacional Preparatória, uma das 35 meninas entre mais de 2 mil candidatos, afim de estudar medicina motivada a cuidar da epilepsia que seu pai possuía. Nessa escola Diego Rivera (que futuramente seria seu marido) foi convidado para pintar um painel por lá. Diego já era um muralista renomado e Frida o observava pintar, mas na época seu namoro era Alejandro Gomes Arias, eles trocavam cartinhas e em uma delas Frida o escreveu “Alex escreva em breve. E mesmo se não for verdade diga que me ama muito, que não pode viver sem mim”, sempre muito intensa.
Em 1925, ela estava num ônibus com Alejandro quando o veículo colidiu com o Bonde, com o choque muitas pessoas morreram e uma barra de ferro entrou no tronco de Frida o que fez com que ela tivesse que passar por diversas cirurgias e teve seu corpo todo engessado, passou um mês no hospital e mesmo depois de ir pra casa passou muito tempo na cama. E foi então que, na cama, Frida pinta seu primeiro quadro com as tintas do pai para passar o tempo, pinta um autorretrato com a ajuda de um espelho que posteriormente seria um presente para Alejandro, mas o relacionamento já não era tão caloroso como antes e preferiram seguir apenas amigos.
Algum tempo depois, quando Frida definiu que queria viver de sua arte, ela foi à procura de Diego Rivera que estava pintando um mural na cidade para saber o que ele achava do seu trabalho, ele teve uma opinião positiva sobre sua arte e dali em diante começou a história do casal, que é cheia de altos e baixos. Em 1929 Frida e Diego se casam, ela com 22 anos e ele com 42. Os vai e vens aconteciam por conta de traições das duas partes, Diego chegou a se relacionar com Cristina Kahlo, irmã de Frida, ela descobriu essa traição os flagrando na sua própria casa o que foi muito doloroso e decepcionante, e então pintou um quadro sobre o corte na relação com a irmã chamado Memória, o coração (1937).
Entre os amantes extraconjugais de Frida estão Trotsky que estava exilado da União Soviética no México e o fotógrafo Nickolas Murray que produziu fotos icônicas da artista.
Frida queria ser mãe, mas por conta do acidente ela sofreu diversos abortos espontâneos, ela pintou sobre o tema na obra “Hospital Henry Ford” de 1932, mostrando sua frustração e dor física, com muita intensidade, por não conseguir dar continuidade a gravidez.
A artista era autodidata, aprendeu a pintar analisando obras Bosch, El Greco e Botticelli. Mas, apesar das referências, Frida sempre teve um estilo muito próprio e marcante em suas pinturas. O André Breton, escritor francês, poeta e teórico do surrealismo, visitou Frida e queria suas obras em uma exposição surrealista, porém ela não se nomeava como uma, já que dizia que pintava a sua realidade e não sonhos ou pesadelos, mas mesmo assim concordou em participar da exposição pois seria positiva a visibilidade.
55 de suas telas são autorretratos e sobre isso, disse “Pinto a mim mesma pois passo muito tempo sozinha e porque sou o assunto que mais conheço”.
Em 1938, teve sua primeira exposição individual em uma galeria Nova York e no ano seguinte expôs em Paris recebendo elogios de Picasso e Kandinsky.
A partir de 1944 a saúde de Frida começa a ficar cada vez pior, tendo que passar por muitas cirurgias na coluna e no pé, e ficava imobilizada em coletes de gesso por meses. Em 1950 ficou quase o ano todo no hospital e quando foi para sua casa, ficou muito tempo apenas no quarto com uma enfermeira e tomava remédios muito fortes. Ao longo de sua vida ela passou por cerca de 30 cirurgias.
Em 1953 foi inaugurada sua primeira exposição no México, Frida não estava andando, mas foi à exposição em cima da cama.
Em 13 julho de 1954 Frida morre, por embolia pulmonar. E deixou registrado em seu diário dias antes “Espero que a partida seja feliz e espero nunca mais voltar”.
Hoje a casa azul onde Frida viveu com Diego é aberta ao público para visitação, uma verdadeira imersão na vida e na rotina da artista, localizada no bairro de Coyoacán, na Cidade do México.
Atualmente, a artista é também considerada símbolo do feminismo, pois além de representar brilhantemente as mulheres no meio artístico, retratou em suas obras realidades femininas que mesclam força e fragilidade e nunca com viés sexual. Em 1935, produziu uma obra de protesto contra um feminicídio chamada “Unos cuantos piquetitos!” que em português significa “umas facadinhas de leve” que foi a justificativa do marido após matar a esposa a facadas, no quadro a mulher está na cama e o marido em pé com a faca na mão, a obra é triste e muito forte. Frida foi uma mulher inteligentíssima, forte e muito talentosa, que teve uma vida repleta acontecimentos dolorosos, tanto fisicamente quanto emocionalmente, e mesmo assim era uma mulher que gostava de festejar a vida.